EUA testam míssil balístico intercontinental Minuteman III a partir da Califórnia

A Força Aérea dos Estados Unidos realizou esta quarta-feira o lançamento de teste de um míssil balístico intercontinental Minuteman III desarmado, a partir da Base Espacial de Vandenberg, na Califórnia. O ensaio, conduzido pelo Air Force Global Strike Command (AFGSC), teve como objetivo avaliar a fiabilidade, prontidão operacional e precisão deste sistema estratégico, considerado um dos pilares da defesa nacional norte-americana.

Pedro Gonçalves
Novembro 5, 2025
14:47

A Força Aérea dos Estados Unidos realizou esta quarta-feira o lançamento de teste de um míssil balístico intercontinental Minuteman III desarmado, a partir da Base Espacial de Vandenberg, na Califórnia. O ensaio, conduzido pelo Air Force Global Strike Command (AFGSC), teve como objetivo avaliar a fiabilidade, prontidão operacional e precisão deste sistema estratégico, considerado um dos pilares da defesa nacional norte-americana.

De acordo com o comunicado oficial, o teste — designado GT 254 — faz parte de uma série de avaliações rotineiras e planeadas, realizadas para garantir o desempenho técnico e a integridade do arsenal intercontinental do país. A operação decorreu no Western Test Range, a zona de testes da Base Espacial de Vandenberg, sob a coordenação de uma equipa de ensaio de voo do AFGSC.

“Este teste confirmou a fiabilidade, adaptabilidade e modularidade do sistema de armas. Através desta avaliação abrangente, garantimos os mais elevados padrões de integridade e confiança para o sistema de mísseis balísticos intercontinentais do país”, afirmou o coronel Dustin Harmon, comandante do 377.º Grupo de Testes e Avaliação.

O míssil desarmado percorreu aproximadamente 4.200 milhas (cerca de 6.760 quilómetros) até ao Ronald Reagan Ballistic Missile Defense Test Site, operado pelo U.S. Army Space and Missile Defense Command, localizado no Atol de Kwajalein, na República das Ilhas Marshall.

Teste confirma capacidade operacional do sistema Minuteman III
O lançamento foi conduzido pela tripulação do 625.º Esquadrão de Operações Estratégicas, que utilizou o Airborne Launch Control System (ALCS) montado a bordo de uma aeronave E-6B Mercury da Marinha dos Estados Unidos. O objetivo foi testar a eficácia e disponibilidade contínua deste sistema de controlo e comando aéreo, que funciona como um mecanismo de redundância para as forças de mísseis balísticos intercontinentais do país.

“O GT 254 não é apenas um lançamento, mas um teste abrangente que confirma a capacidade do sistema para cumprir a sua missão principal. Os dados recolhidos durante o ensaio são inestimáveis para garantir a fiabilidade e precisão contínuas do sistema de armas Minuteman III”, sublinhou o tenente-coronel Kerry Rae, comandante do 576.º Esquadrão de Testes.

Segundo dados de 2022, a Força Aérea norte-americana mantém cerca de 400 mísseis Minuteman III, alguns deles equipados com ogivas nucleares. O programa de ensaios periódicos é considerado essencial para assegurar que o sistema permanece funcional e capaz de responder a eventuais ameaças estratégicas.

O teste ocorre num contexto de reforço das capacidades de dissuasão nuclear dos Estados Unidos, após o presidente Donald Trump ter instruído o Pentágono a retomar imediatamente os ensaios de armas nucleares, alegando que outras potências, como a Rússia, também o estão a fazer.

A decisão levou Moscovo a reagir com firmeza. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, declarou esperar que “a informação sobre os testes russos dos mísseis Burevestnik e Poseidon seja corretamente transmitida ao presidente norte-americano”.

Por sua vez, o vice-presidente Jay D. Vance afirmou que o ensaio do arsenal nuclear “é um componente essencial da segurança nacional”, reforçando que a manutenção da prontidão estratégica dos Estados Unidos é indispensável para a estabilidade global.

O teste do Minuteman III, realizado esta quarta-feira, segue-se a outro ensaio semelhante conduzido a 21 de maio, também pela Força Aérea norte-americana, e confirma a continuidade do programa de modernização e validação do sistema de mísseis intercontinentais dos Estados Unidos — uma componente central da sua dissuasão nuclear.

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